Um estudo da Fundação do Câncer, divulgado em 2024, revelou que mais de 28,6 mil pessoas perderam a vida no Brasil devido ao câncer de pulmão, a segunda neoplasia mais comum no mundo. Tradicionalmente associado ao tabagismo e à população idosa, a pesquisa destaca um aumento alarmante de casos entre jovens, incluindo não fumantes. A pneumologista Leticia Ferreira Neves, do Instituto de Neurologia de Goiânia, enfatiza a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de sobrevida.
De acordo com a médica, o câncer de pulmão é uma neoplasia maligna que se origina nas células pulmonares e apresenta um comportamento agressivo, especialmente quando não detectado em estágios iniciais. Embora o tabagismo continue sendo o principal fator de risco, outros elementos, como poluição atmosférica e exposição a substâncias tóxicas, também contribuem para o desenvolvimento da doença. Neves alerta que os sintomas iniciais, como tosse persistente, podem ser facilmente ignorados, especialmente entre os jovens.
A especialista recomenda que pessoas com histórico familiar da doença adotem medidas preventivas, como evitar ambientes poluídos e buscar atendimento médico ao notar qualquer sintoma respiratório. Além disso, ela ressalta a importância de um ambiente saudável e a conscientização da população sobre os riscos associados ao tabagismo. O estudo também revela uma queda no tabagismo entre os brasileiros, mas um aumento preocupante no excesso de peso e no consumo de álcool, fatores que podem agravar doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer.
A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, analisou dados de mais de 800 mil entrevistas realizadas pelo Vigitel entre 2006 e 2023, mostrando que a prevalência do tabagismo caiu significativamente, enquanto o excesso de peso e o consumo abusivo de álcool aumentaram substancialmente entre a população feminina e masculina.