O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 25, que o arcabouço fiscal criado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou confusão entre investidores estrangeiros. A declaração foi feita durante o Seminário Brasil 2025, realizado em São Paulo. Campos Neto destacou que os grandes investidores não se concentram nos detalhes do arcabouço, mas sim na trajetória da dívida nos próximos anos.
Ele enfatizou que os investidores buscam entender como será possível alcançar um déficit nominal menor e equilibrar a dívida, sugerindo que a taxa de juros precisa se manter entre 7% e 8%. Além disso, Campos Neto criticou o tamanho da máquina pública vinculada ao governo federal, afirmando que ela não oferece serviços compatíveis com sua dimensão e que é necessário repensar esse modelo.
O ex-banqueiro central alertou que a taxa de juros pode não cair abaixo de 11% ou 12% e defendeu a urgência de um ‘choque fiscal positivo’ para enfrentar os desafios econômicos. Ele pediu coragem para um debate sério entre o governo, o Congresso e o Judiciário para resolver as questões fiscais do país.