Após mais de 30 horas de obstrução, a Câmara dos Deputados retomou suas atividades na noite de quarta-feira (6), em meio a tumultos e empurra-empurra no Plenário Ulysses Guimarães. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), reassumiu a Mesa Diretora, gerando especulações sobre um possível acordo entre líderes para a desobstrução do Legislativo.
A oposição, composta por deputados e senadores, havia prometido não recuar até que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União), e da Câmara, Hugo Motta, chegassem a um entendimento sobre a inclusão do "Pacote da Paz" na pauta de votação. Este pacote inclui o Projeto de Lei de Anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a proposta que extingue o foro privilegiado.
Embora a retomada das atividades tenha gerado expectativa sobre a inclusão do PL da Anistia na pauta, Motta negou ter negociado qualquer acordo com a oposição e reafirmou que a presidência da Câmara é inegociável. "As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência não estão vinculadas a nenhuma pauta", declarou Motta em coletiva à imprensa.
A oposição, por sua vez, afirmou que a votação do "Pacote da Paz" está sendo articulada entre os líderes partidários, sem a participação do presidente da Câmara. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, enfatizou que a definição da pauta é responsabilidade dos líderes e não do presidente. Motta também anunciou que tomará medidas disciplinares contra os deputados envolvidos na obstrução que paralisou o Congresso por mais de um dia.