Deputados da oposição defenderam nesta quarta-feira (27) a votação da PEC das Prerrogativas (Proposta de Emenda à Constituição 3/21), enquanto a base governista criticou o texto, considerando-o uma blindagem para parlamentares. Apesar das discussões entre líderes partidários na residência oficial da Presidência da Câmara, não houve acordo para a votação, que estava na pauta do Plenário, mas sem nova previsão. A proposta busca modificar o artigo da Constituição que trata da imunidade parlamentar, restringindo a prisão em flagrante de membros do Congresso Nacional.
O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), vice-líder da oposição, argumentou que a PEC fortalece a democracia e o Congresso Nacional, enquanto o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) destacou que a mudança pode prevenir buscas e apreensões ilegais. Por outro lado, opositores como a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) e o deputado Ivan Valente (Psol-SP) criticaram a proposta, afirmando que ela poderia permitir autoautorização para punições em crimes graves, como assassinato e pedofilia.
A discussão em torno da PEC das Prerrogativas reflete um momento tenso nas relações entre os Poderes e levanta questões sobre a proteção de parlamentares em relação à lei. O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), vice-líder do governo, enfatizou que o debate sobre prerrogativas não deve ser confundido com a blindagem de mandatos, sugerindo que há preocupações legítimas sobre abusos de autoridade no contexto atual.