A Câmara dos Deputados intensifica a discussão sobre o Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe mudanças significativas nas regras do Imposto de Renda. Com a aprovação do regime de urgência na última quinta-feira (21), o texto, relatado pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), pode ser votado ainda esta semana. A proposta é uma prioridade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e visa modificar a forma como milhões de brasileiros pagam impostos sobre a renda.
Entre as principais alterações, destaca-se a ampliação da faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais, além de descontos graduais para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar a perda de arrecadação, o projeto introduz uma alíquota extra progressiva de até 10% sobre rendas anuais superiores a R$ 600 mil. Segundo o Dieese, cerca de 10 milhões de trabalhadores se tornariam isentos, enquanto outros 16 milhões teriam redução na carga tributária.
A urgência na votação está ligada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para o dia 2 de setembro. O líder do governo na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), reconheceu que o clima político pode influenciar o debate. Caso aprovado pela Câmara, o projeto ainda precisa passar pelo Senado e ser sancionado até 30 de setembro para entrar em vigor em 2026.