A Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, na terça-feira (5), manter o veto do prefeito Eduardo Paes (PSD) ao projeto de lei que instituía o "Dia da Cegonha Reborn" no calendário oficial da cidade. A votação ocorreu no primeiro dia de trabalho após o recesso parlamentar, com 21 dos 35 vereadores presentes optando pela derrubada do veto, número insuficiente para reverter a decisão do Executivo, que exigia ao menos 26 votos favoráveis.
A proposta, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), visava criar uma data comemorativa em 4 de setembro para homenagear as mulheres que produzem bonecas hiper-realistas conhecidas como "reborns". A data foi escolhida em referência à primeira reunião do movimento “Cegonhas Juntas Somos Rosas”, idealizado em 2022 pela artesã Janaina Affonso. O veto foi anunciado por Paes em junho, que justificou sua decisão em redes sociais, afirmando: “Com todo respeito aos interessados, mas não dá…”.
Após a manutenção do veto, o vereador Vitor Hugo expressou sua decepção em plenário, ressaltando a importância do reconhecimento das artesãs. "Essas mulheres fabricam bonecas hiper-realistas que ajudam muitas pessoas no tratamento da depressão e de outras doenças. Precisamos combater o preconceito em torno dessa atividade", afirmou.
Os bebês reborns, que começaram a ser produzidos no Brasil no início dos anos 2000, têm ganhado popularidade, especialmente após um aumento nas buscas online no último ano. O fenômeno gerou discussões nas redes sociais, com vídeos de adultos interagindo com os bonecos em locais públicos viralizando, o que trouxe à tona debates sobre o papel dos reborns e o perfil de seus usuários.