A Câmara dos Deputados deve votar em setembro a proposta que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a análise do mérito será feita com calma, mesmo diante das pressões da base governista para que a votação ocorra já na próxima semana. A urgência da proposta foi aprovada, permitindo que a votação ocorra diretamente em plenário, sem passar pelas comissões.
O projeto é considerado prioritário pelo governo e pode beneficiar cerca de dez milhões de brasileiros que deixariam de pagar o tributo caso seja aprovado. Atualmente, estão isentos do pagamento do Imposto de Renda aqueles que ganham até dois salários mínimos, ou seja, R$ 3.036. A proposta também prevê um desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350, além da criação de um imposto mínimo com alíquota progressiva para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano.
Apesar das pressões para antecipar a votação antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta tem indicado que não pretende apressar o processo. A coincidência entre os eventos pode impactar o clima político e o espaço para debate sobre a matéria, mas a proposta é vista como uma forma de reforçar o poder de consumo da classe média e trabalhadores de baixa renda, alinhando-se às promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).