Líderes partidários da Câmara dos Deputados estão em busca de um consenso sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que limita a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a parlamentares. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deseja construir um texto que restrinja operações contra deputados, mas a PEC que limita o foro privilegiado enfrenta um cenário de rejeição. A proposta mais aceita é a que estabelece uma blindagem aos parlamentares, relatada pelo deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG), que ainda não apresentou sua versão do texto.
A PEC da Blindagem impede que parlamentares sejam afastados do mandato por decisão judicial e determina que medidas cautelares, como prisão domiciliar, só tenham efeito após confirmação do plenário do STF. Além disso, prevê que deputados e senadores presos em flagrante por crime inafiançável fiquem sob custódia do Congresso até que o plenário decida sobre a manutenção da prisão. Apesar das tentativas de acordo, líderes partidários reconhecem que o clima para aprovação da PEC não é favorável, e a inclusão da proposta que limita o foro privilegiado na pauta é vista como uma sinalização política.
As negociações para alinhar um texto consensual ocorrem em um ambiente de pressão política e incertezas. A oposição busca modificar o texto para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto líderes do Centrão temem perder o foro privilegiado. Embora a pauta tenha sido definida, fontes próximas à presidência da Câmara indicam que não há garantias de votação imediata, refletindo a complexidade das relações políticas no Congresso e a falta de consenso sobre o conteúdo das propostas.