A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19), de forma simbólica, o regime de urgência para um projeto de lei que estabelece regras para combater a adultização e a exposição precoce de crianças nas redes sociais. A aprovação rápida permitiu que o texto fosse votado diretamente no plenário, sem passar por comissões, o que gerou protestos da oposição. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou o pedido de registro nominal dos votos solicitado por parlamentares do Partido Novo.
A mobilização em torno do tema ganhou força após um vídeo do influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que denunciou Hytalo Santos por suposta exploração de menores. O vídeo, que alcançou mais de 40 milhões de visualizações, levantou preocupações sobre os riscos da exposição infantil nas plataformas digitais. Desde então, ao menos 32 projetos foram apresentados na Câmara, e líderes discutem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar abusos digitais contra crianças e adolescentes.
O presidente Hugo Motta afirmou que o combate à adultização infantil será a principal pauta da Câmara nesta semana, com uma comissão geral programada para debater os impactos das redes sociais na infância. O projeto inclui medidas como controle parental obrigatório e limitação de publicidade infantil, mas a oposição teme que isso possa resultar em censura e intervenção excessiva do Estado sobre o conteúdo digital.