O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), classificou a manutenção da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro como um "excesso desmedido" do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em declarações feitas nesta terça-feira (5) em São Paulo, Caiado alertou que essa decisão pode ser o "estopim" para uma crise de "desobediência civil". O governador argumentou que o STF tem "ultrapassado os seus limites" com decisões monocráticas, que, segundo ele, geram um clima de enfrentamento e mal-estar entre a população brasileira.
Em resposta à situação, Caiado anunciou que o União Brasil, partido do qual é membro, entrará em "obstrução total" às pautas do governo no Congresso Nacional. A medida foi considerada surpreendente, uma vez que o União Brasil ocupa três ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e preside o Congresso, através do senador Davi Alcolumbre.
Caiado fez as declarações durante um evento na Bolsa de Valores, onde também anunciou um fundo de crédito destinado a empresários de Goiás. Ele defendeu que a Suprema Corte deveria tomar decisões de forma colegiada, através do plenário, para evitar a polarização e o descontentamento popular.