Glauco Lima, um adestrador com mais de 30 anos de experiência, afirma que cães têm a capacidade de detectar episódios de hipoglicemia e hiperglicemia em diabéticos, muitas vezes antes mesmo dos dispositivos tecnológicos. Ele destaca que, apesar do avanço da ciência, a legislação brasileira ainda não evoluiu para reconhecer formalmente os cães de alerta médico, o que impede seu uso adequado e regulamentado. Lima enfatiza que o treinamento desses animais deve ser um processo técnico e individualizado, capaz de salvar vidas e gerar novas oportunidades no país.
A capacidade olfativa dos cães, com até 300 milhões de receptores olfativos, permite que eles detectem alterações químicas mínimas no corpo humano. Glauco explica que esses sinais químicos são percebidos pelos cães antes que os diabéticos sintam os sintomas, tornando-os aliados essenciais na gestão da diabetes tipo 1. Ele ressalta a necessidade de um acompanhamento médico e de uma autorização judicial para o uso desses cães em ambientes públicos e privados, algo que já é realidade em países como Estados Unidos e Reino Unido.
A falta de uma legislação federal no Brasil que reconheça os cães de alerta médico é considerada um absurdo por Lima, pois esses animais podem evitar situações graves como desmaios e hospitalizações. Ele acredita que a regulamentação não apenas melhoraria a qualidade de vida dos diabéticos, mas também poderia transformar o treinamento de cães em uma oportunidade de negócio e recuperação para animais abandonados. O caso de Bruno Casulli, que teve sua vida transformada pela cadelinha Geni, exemplifica o impacto positivo que esses cães podem ter na vida de seus tutores.