O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu suspender a Moratória da Soja e abrir uma investigação sobre os traders de soja nesta segunda-feira, 19 de agosto de 2025. O pacto, que existe há duas décadas para proteger a floresta amazônica, proíbe a compra de soja de produtores que desmatam áreas na região após julho de 2008, mas agora é visto como uma possível violação das leis de concorrência brasileiras.
O superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, determinou que as empresas signatárias do acordo devem agir de forma independente e em conformidade com a legislação nacional. A decisão foi criticada por grupos ambientais como o Greenpeace, que alegam que a suspensão da moratória pode estimular o desmatamento e comprometer os direitos dos consumidores. Por outro lado, a Aprosoja Mato Grosso considerou a decisão histórica, afirmando que o pacto impunha barreiras comerciais injustas aos produtores.
As empresas e entidades do setor têm um prazo de 10 dias para cumprir a determinação do Cade. A Anec e a Abiove expressaram preocupação com a decisão e afirmaram que tomarão medidas para contestá-la. A nova ordem também proíbe os exportadores de soja de coletar e compartilhar informações sensíveis relacionadas ao comércio, além de exigir a remoção de dados sobre a Moratória da Soja disponíveis online.