O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu suspender, em 19 de agosto de 2025, a moratória da soja, um acordo que proibia a compra de grãos provenientes de áreas desmatadas. A medida gerou reações negativas da WWF-Brasil e da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que alertaram sobre os riscos de um aumento no desmatamento na Amazônia.
A moratória, em vigor desde 2008, foi estabelecida para proteger a floresta amazônica e garantir que a produção de soja não contribuísse para a devastação ambiental. O diretor-executivo da WWF-Brasil, Mauricio Vovodic, destacou que a suspensão pode ser vista como um incentivo à destruição da floresta, uma vez que o desmatamento ilegal ainda é prevalente na região. A Abiove, por sua vez, anunciou que recorrerá da decisão do Cade, reafirmando seu compromisso com a legalidade e a sustentabilidade.
As implicações dessa decisão são significativas, pois podem abrir precedentes para práticas agrícolas que desconsiderem as normas ambientais. Vovodic enfatizou que, mesmo com a moratória, a produção de soja na Amazônia aumentou quatro vezes desde 2006, mas sobre áreas de pastagem degradada. A suspensão do acordo pode intensificar a pressão sobre os ecossistemas locais e comprometer os esforços de conservação na região.