O julgamento da fusão entre BRF e Marfrig no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi suspenso em 20 de agosto de 2025, após um pedido de vistas do conselheiro Carlos Jacques. O caso se encaminhava para uma resolução na sessão do Tribunal do Cade, onde o presidente interino, Gustavo Augusto Freitas de Lima, já havia votado pela aprovação da fusão sem restrições. Segundo o Regimento Interno do Cade, o prazo para vistas é de 60 dias, após o qual o processo será incluído novamente na pauta.
A operação, que foi aprovada sem restrições pela Superintendência Geral do Cade, envolve a criação da MBRF Global Foods Company, uma nova entidade que promete ser uma das maiores do setor de alimentos no mundo. A fusão já contava com a aprovação dos acionistas das duas companhias e visa consolidar a presença da Marfrig no mercado, onde já detinha mais de 50% do capital da BRF. A análise do recurso da Minerva, terceira interessada no processo, também será considerada na próxima etapa.
As implicações dessa fusão são significativas, pois a nova companhia terá um faturamento anual estimado em R$ 152 bilhões e presença em 117 países. Com mais de 130 mil colaboradores e capacidade produtiva de cerca de 8 milhões de toneladas por ano, a MBRF se posiciona para se tornar um gigante global no setor de proteína animal e alimentos processados. A suspensão do julgamento traz incertezas sobre o futuro imediato da operação e suas repercussões no mercado.