A maioria dos conselheiros do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) votou nesta quarta-feira pela aprovação da fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), que formará uma nova gigante do setor de carnes. Contudo, a decisão não foi proclamada devido a um pedido de vista do conselheiro Carlos Jacques Vieira Gomes, o penúltimo a votar. O caso deverá ser reavaliado pelo tribunal em até 60 dias.
A fusão, anunciada em maio deste ano, prevê a incorporação total das ações da BRF pela Marfrig, resultando em uma companhia com receita anual de R$152 bilhões. Durante a discussão, os conselheiros também abordaram a participação da Salic, empresa do governo saudita, que possui ações na BRF e na Minerva. A análise sobre o papel da Salic na nova companhia será feita posteriormente, considerando seu potencial poder político.
O relator do caso e presidente do Cade, Gustavo Augusto de Lima, destacou que a operação deve ser aprovada sem restrições, mas com a ressalva de que os direitos políticos da Salic não poderão ser exercidos até nova deliberação do tribunal. A fusão pode acirrar a concorrência com a JBS, que já atua globalmente no mesmo setor.