Ivanise da Silva Santos, que busca sua filha Fabiana Esperidião da Silva desaparecida há quase 30 anos, esteve em Brasília nesta quarta-feira (27) para a solenidade de criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A iniciativa visa integrar diferentes bases de dados, oferecendo esperança a famílias que vivem a dor da incerteza. Ivanise, que se tornou ativista na causa, expressou sua alegria com a nova ferramenta, que promete beneficiar não apenas os familiares, mas também os agentes de segurança pública envolvidos nas buscas.
O cadastro, previsto pela Lei 13.812 de 2019, foi apresentado como uma solução para a dispersão de informações sobre desaparecidos em diferentes órgãos. Isabel Figueiredo, diretora do Sistema Único de Segurança Pública, destacou que o cadastro contará com um painel público e um banco de dados restrito para profissionais de segurança. A intenção é agilizar o registro de desaparecimentos e aumentar as chances de localizar as pessoas desaparecidas com vida, superando o protocolo atual que exige espera de 48 horas para registros.
Com mais de 81 mil desaparecimentos registrados no Brasil em 2024, a criação do cadastro representa um marco importante na luta contra essa questão. Nicolas Olivier, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, enfatizou que um sistema unificado pode gerar pistas e apoiar tanto na busca quanto na prevenção do desaparecimento. O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, ressaltou a necessidade de conscientização da sociedade e do poder público sobre a importância desse tema.