O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, tomou posse para seu segundo mandato nesta quinta-feira (31) e, simultaneamente, seu partido apresentou um projeto de lei que visa permitir a reeleição presidencial por tempo indeterminado. A proposta também sugere a extensão do mandato presidencial de cinco para seis anos e a eliminação do segundo turno nas eleições.
Atualmente, a Constituição salvadorenha proíbe a reeleição imediata, mas essa restrição foi contornada em 2023, quando a Assembleia Legislativa, dominada por aliados de Bukele, destituiu o procurador-geral e cinco juízes da Câmara Constitucional. Com a nomeação de novos magistrados, a candidatura de Bukele à reeleição foi autorizada, desde que ele se afastasse do cargo antes do início da campanha, uma manobra criticada como autoritária.
Caso o novo projeto seja aprovado, o segundo mandato de Bukele, que se estende até 2029, seria encurtado em dois anos, com novas eleições programadas para 2027. A deputada governista Ana Figueroa defendeu a medida como uma forma de igualar as regras de reeleição entre diferentes cargos políticos, já que atualmente não há limites para prefeitos e deputados.
Com 54 das 60 cadeiras na Assembleia Legislativa, o partido de Bukele possui a maioria necessária para aprovar a proposta. Apesar de sua popularidade, impulsionada pela redução da violência no país, o governo enfrenta críticas por violações de direitos humanos, incluindo prisões arbitrárias e maus-tratos em presídios.