O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, respondeu neste domingo (3) às críticas internacionais sobre a recente reforma constitucional que permite a reeleição presidencial indefinida. A medida, aprovada em trâmite acelerado pela Assembleia Legislativa na última quinta-feira (1º), foi defendida por Bukele como uma expressão de soberania de um "país pequeno e pobre". Ele argumentou que a preocupação de organismos internacionais reflete um preconceito em relação à nação centro-americana.
A reforma, que amplia o mandato presidencial de cinco para seis anos e elimina o segundo turno das eleições, gerou reações negativas de entidades como Anistia Internacional e Human Rights Watch, que a consideraram um "golpe mortal" à democracia. Bukele, em publicação na rede social X, destacou que a maioria dos países desenvolvidos permite reeleições indefinidas, insinuando que a crítica se deve à condição econômica de El Salvador.
Além disso, o presidente ironizou a expectativa de que países em desenvolvimento devem seguir as diretrizes de nações mais ricas, afirmando que mesmo se adotasse práticas de monarquias parlamentares, as críticas continuariam. A reforma ocorre em um contexto de crescente repressão a opositores e ativistas, com denúncias de abusos no programa de segurança do governo, que inclui detenções em massa sem ordem judicial.