O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, se manifestou neste domingo (3) em defesa da recente aprovação da reeleição presidencial por tempo indeterminado, afirmando que as críticas à medida são motivadas por preconceitos contra países pequenos e pobres. A reforma constitucional, aprovada na última quinta-feira (31) pelo Congresso dominado por seu partido, também ampliou o mandato presidencial de cinco para seis anos e eliminou o segundo turno eleitoral.
Bukele, que chegou ao poder em 2019 e foi reeleito em 2024 com 85% dos votos, utilizou suas redes sociais para argumentar que a maioria dos países desenvolvidos permite a reeleição indefinida de seus líderes, questionando por que a mesma prática seria criticada em El Salvador. Ele ironizou a percepção de que a medida representa o 'fim da democracia', sugerindo que a oposição se baseia em um 'padrão duplo' em relação a países em desenvolvimento.
Organizações internacionais, incluindo Anistia Internacional e Human Rights Watch, classificaram a reforma como um 'golpe mortal' à democracia, alertando para uma manipulação da Constituição que favorece as ambições de poder de Bukele. Apesar de sua popularidade por uma política de segurança que reduziu a violência no país, críticos apontam que suas ações têm sido acompanhadas por um regime de exceção que limita liberdades e permite detenções sem ordem judicial, resultando em um exílio forçado de jornalistas e defensores dos direitos humanos.