O governo brasileiro formalizou, nesta quarta-feira (6), um pedido de consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta à nova sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor hoje, afeta cerca de 35,9% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Entre os produtos mais impactados estão carne e café, enquanto itens como suco de laranja, aeronaves civis e petróleo permanecem isentos da tarifa. A decisão dos EUA, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, reacende tensões comerciais entre os dois países e motivou o Brasil a buscar uma solução por meio da OMC, com sede em Genebra, na Suíça.
A consulta representa a primeira etapa de um processo de resolução de controvérsias na OMC. Caso as partes não cheguem a um acordo, o Brasil poderá solicitar a abertura de um painel para julgamento da medida. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil já havia publicado uma resolução autorizando essa ação na terça-feira (5), reafirmando o compromisso do país com o multilateralismo nas relações econômicas internacionais, apesar das dificuldades enfrentadas pela OMC em sua estrutura de apelação.