O Brasil celebrou a recente saída do Mapa da Fome da ONU, onde menos de 2,5% da população enfrenta subnutrição crônica. Este marco foi alcançado após um período de retrocesso entre 2019 e 2021 e reflete uma melhora gradual nos anos de 2022, 2023 e 2024. A conquista foi destacada pelo diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso, em entrevista ao podcast O Assunto, na quarta-feira (30).
Apesar da saída do Mapa da Fome, Afonso alerta que a realidade da fome no Brasil vai além de números. Ele enfatiza a necessidade de garantir alimentos nutritivos e de qualidade, especialmente para as populações mais vulneráveis. O diretor observa que a cultura alimentar brasileira está mudando, com um aumento no consumo de produtos ultraprocessados em detrimento do tradicional arroz com feijão.
Kiko Afonso também abordou os conceitos de "desertos alimentares" e "pântanos alimentares" como barreiras ao acesso à alimentação adequada. Ele explicou que os desertos alimentares se referem à dificuldade de acesso a alimentos em áreas remotas, muitas vezes rurais, onde a fome é mais prevalente. Já os pântanos alimentares referem-se à disponibilidade predominante de alimentos ultraprocessados em supermercados, que forçam mudanças na cultura alimentar da população.
A entrevista ressalta que, mesmo com o Brasil fora do Mapa da Fome, ainda há um longo caminho a percorrer para assegurar que alimentos saudáveis cheguem à mesa de todos os brasileiros. O podcast O Assunto, que aborda temas relevantes como este, está disponível em diversas plataformas de áudio e no YouTube.