O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta terça-feira (26) que o Brasil não negociará com os Estados Unidos qualquer forma de interferência judicial em suas questões internas. A afirmação ocorreu durante um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde representantes de empresas como Boeing e JBS se reuniram para discutir as relações comerciais entre os dois países. Vieira enfatizou que a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros é uma medida política relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que o Brasil resistirá a essas pressões, mantendo o respeito à sua soberania.
Vieira também ressaltou que, apesar da resistência às tarifas, o Brasil está aberto ao diálogo com os EUA e busca compensar as barreiras comerciais por meio de conversas com outros países afetados. Nos últimos dias, o presidente Lula manteve contatos com líderes de nações como Índia, China e França para discutir a situação. O ministro ainda mencionou a intenção de iniciar discussões sobre uma reforma estrutural da Organização Mundial do Comércio, visando uma modernização do organismo que permita separar questões comerciais de políticas.
As declarações de Vieira refletem um momento delicado nas relações Brasil-EUA, marcadas por tensões comerciais e políticas. A postura firme do governo brasileiro pode influenciar futuras negociações e a dinâmica do comércio internacional, especialmente em um cenário onde as tarifas impostas pelos EUA têm gerado preocupações entre os exportadores brasileiros. A insistência em manter a soberania judicial pode ser vista como um passo importante para fortalecer a posição do Brasil no cenário global.