Nos últimos dias, o Brasil vivenciou uma sequência de quatro terremotos em Minas Gerais, entre 23 e 26 de agosto. Os tremores, que ocorreram nas cidades de Sete Lagoas, Pirajuba e Frutal, apresentaram magnitudes que variaram de 1,9 a 2,8 mR, sendo o mais intenso registrado em Pirajuba. Especialistas do Centro de Sismologia da USP explicam que a geodinâmica interna do estado contribui para esses eventos, que são comuns em áreas com falhas geológicas antigas.
O pesquisador Gil Correia Kempers Vieira, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Desastres da UFF, destaca que os tremores são resultado de fenômenos de geodinâmica interplacas e não representam uma anomalia significativa. Apesar da baixa probabilidade de grandes terremotos no Brasil, ele recomenda que a população esteja ciente das orientações da Defesa Civil e acompanhe o monitoramento do Serviço Geológico Brasileiro. A importância do monitoramento contínuo é ressaltada, especialmente em um contexto onde mudanças climáticas podem intensificar desastres naturais.
Embora os tremores recentes não tenham causado impactos econômicos relevantes até o momento, Vieira alerta que desastres naturais podem afetar negativamente a economia local e o turismo. A falta de tecnologia para prever terremotos torna essencial o acompanhamento dos eventos sísmicos e a integração desses dados nos Planos Municipais de Redução de Riscos. A preparação e a conscientização da população são fundamentais para minimizar riscos e vulnerabilidades em regiões propensas a sismos.