O Brasil alcançou um novo marco demográfico, conforme a PNAD Contínua 2024 divulgada pelo IBGE, que aponta a existência de apenas 92 homens para cada 100 mulheres. Este dado representa o menor índice já registrado no país e evidencia um processo de feminilização que se intensifica ano após ano. Embora o nascimento de meninos ainda seja superior, essa vantagem se dissolve com o tempo devido à maior mortalidade masculina, especialmente em decorrência de violência, acidentes e doenças cardiovasculares.
A discrepância se torna ainda mais acentuada entre os idosos. No Rio de Janeiro, a razão é de 70 homens para cada 100 mulheres acima dos 60 anos, enquanto em São Paulo é de 77. A média nacional para essa faixa etária é de 80 homens para cada 100 mulheres. Esse fenômeno não é recente; em 2012, a proporção era de 99 homens para cada 100 mulheres. A queda gradual se intensificou nos últimos anos, culminando no dado atual, que traz à tona questões sociais e políticas significativas.
As implicações desse cenário são profundas e exigem uma resposta do Estado. A maior longevidade feminina e o envelhecimento populacional remodelam dinâmicas familiares e econômicas, levando a um aumento das jornadas de cuidado para mulheres idosas, que enfrentam riscos de solidão e desigualdades em renda e aposentadoria. Portanto, é urgente a implementação de políticas públicas robustas voltadas para atender às necessidades desse grupo crescente da população.