São Paulo – As emissões brasileiras de metano, um potente gás de efeito estufa, cresceram 6% entre 2020 e 2023, atingindo 21,1 milhões de toneladas. Segundo um estudo do Observatório do Clima, três quartos dessas emissões estão associados à produção de gado de corte e leiteiro, totalizando 14,5 milhões de toneladas, o que equivale a 406 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Este volume supera as emissões totais de gases de efeito estufa da Itália no mesmo período.
O Observatório do Clima, uma rede de organizações ambientais brasileiras, ressalta que o metano tem um potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o do dióxido de carbono em um século. O Brasil, que abriga o segundo maior rebanho bovino do mundo, é o quinto maior emissor de metano globalmente, atrás da China, EUA, Índia e Rússia. As principais fontes de emissão incluem o arroto do gado e resíduos animais, além da produção de arroz irrigado.
Com a COP 30 programada para ocorrer em Belém, no coração da Amazônia, as crescentes emissões de metano levantam questões sobre a sustentabilidade da indústria da carne no Brasil. A situação exige uma reflexão urgente sobre as políticas ambientais e práticas agrícolas do país, especialmente em um momento em que a pressão internacional por ações climáticas se intensifica.