O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (4) que o Brasil está aberto a discutir a inclusão da exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os Estados Unidos, em resposta ao tarifaço imposto pelo governo norte-americano aos produtos brasileiros. Durante entrevista à BandNewsTV, Haddad destacou a importância do Brasil no comércio bilateral, enfatizando que o país possui recursos que os EUA não têm em abundância.
O ministro mencionou ainda o potencial do Brasil na produção de baterias mais eficientes e na área de data centers, ressaltando a capacidade energética do país para suportar centros de processamento e armazenamento de dados. Ele defendeu a diversificação de parcerias econômicas, afirmando que o Brasil não deve ser um satélite de nenhum bloco econômico, seja asiático, europeu ou estadunidense.
O interesse dos Estados Unidos em minerais estratégicos, como lítio e nióbio, foi confirmado pelo encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, que se reuniu com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou essa intenção, reafirmando a soberania do Brasil sobre suas riquezas naturais e afirmando que “aqui ninguém põe a mão”.
As terras raras, um grupo de 17 elementos químicos essenciais para diversas indústrias, estão concentradas principalmente na China e no Brasil, que possui a segunda maior reserva mundial, representando 25% do total. Esses minerais são cruciais para a fabricação de tecnologia moderna, incluindo ímãs permanentes utilizados em veículos elétricos e equipamentos de defesa, o que aumenta seu valor comercial e estratégico no cenário global.