O Brasil está sob a ameaça de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos devido à importação de fertilizantes da Rússia, seu principal fornecedor. A situação se agrava após o presidente Donald Trump ter anunciado, na quarta-feira (6), uma tarifa adicional de 50% sobre o petróleo russo comprado pela Índia, afirmando que tal prática contribui para a manutenção da guerra na Ucrânia. Com essa medida, o Brasil pode ser o próximo alvo, o que pode impactar diretamente a produção de alimentos no país.
Especialistas alertam que a dependência brasileira de fertilizantes importados torna o país vulnerável a aumentos de tarifas. O consultor Carlos Cogo destaca que, caso o Brasil enfrente tarifas semelhantes, os custos para agricultores e consumidores podem subir, afetando a produção agrícola. Atualmente, o Brasil importa 95% do nitrogênio, 75% do fosfato e 91% do potássio necessários para a produção de fertilizantes, o que evidencia a fragilidade do setor.
O governo brasileiro, por meio do Plano Nacional de Fertilizantes, busca aumentar a produção local para reduzir essa dependência, com a meta de produzir entre 45% e 50% do que consome até 2050. Para isso, pretende investir mais de R$ 25 bilhões até 2030. No entanto, a falta de reservas de matérias-primas e a alta demanda agrícola dificultam essa transição, tornando a importação ainda a opção mais viável para atender às necessidades do setor agrícola brasileiro.