O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, revelou nesta segunda-feira (25) que o Brasil não concedeu o agrément ao diplomata Gali Dagan, indicado por Israel para a embaixada em Brasília. A decisão ocorre após Israel retirar a indicação e rebaixar suas relações diplomáticas com o Brasil, em resposta ao tratamento considerado desrespeitoso ao embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer.
Amorim esclareceu que não houve um veto formal, mas que o Itamaraty optou por não responder ao pedido de agrément, interpretando a atitude do governo de Benjamin Netanyahu como uma humilhação pública. O assessor destacou que o Brasil deseja manter boas relações com Israel, mas se opõe às políticas atuais do governo israelense, especialmente no que diz respeito à situação em Gaza.
As relações entre os dois países têm se deteriorado desde fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações israelenses em Gaza às de Adolf Hitler. A declaração resultou na designação de Lula como “persona non grata” por Israel e na retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv. Amorim reafirmou que a crítica é direcionada à política do governo Netanyahu e não ao povo israelense.