O Brasil começou a vender, nesta segunda-feira, 25, o cabotegravir, conhecido como Apretude, a primeira injeção preventiva de longa duração contra o HIV. Administrada a cada dois meses, essa medicação se apresenta como uma alternativa mais prática e eficaz em comparação à profilaxia pré-exposição (PrEP) oral, que requer o uso diário de comprimidos. Segundo o Ministério da Saúde, mil novos casos de HIV foram registrados em 2023 e a introdução do cabotegravir pode evitar cerca de 385 mil infecções nos próximos dez anos, resultando em uma economia estimada de R$ 14 bilhões em custos de tratamento.
O fármaco é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos com risco de contrair o HIV e que apresentem teste negativo antes do início do tratamento. A aplicação é feita por um profissional de saúde através de uma injeção intramuscular nas nádegas. Especialistas, como Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, afirmam que a chegada do cabotegravir representa uma revolução na prevenção do HIV, aumentando a adesão ao tratamento e oferecendo uma opção viável para populações que enfrentam barreiras ao uso contínuo da PrEP oral.
Além de ser disponibilizado no mercado privado, há planos para que o cabotegravir seja oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso às estratégias de prevenção ao HIV. Com um custo aproximado de R$ 4 mil por dose, o medicamento pode ser encontrado em clínicas e farmácias ou adquirido com entrega direta ao usuário. Essa inovação é vista como um passo significativo na luta contra a epidemia de HIV/AIDS no Brasil, alinhando-se à meta da UNAIDS de erradicar a epidemia até 2030.