O governo federal brasileiro deu início, na quinta-feira (28), ao processo de aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, uma medida que visa pressionar o país a participar de negociações sobre tarifas. A Lei nº 15.122, sancionada sem vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril, foi criada como resposta às tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre as exportações brasileiras, buscando equilibrar as relações comerciais entre os dois países.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) enviou um comunicado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), que tem 30 dias para avaliar a viabilidade da implementação das retaliações. A lei estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais e direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade brasileira. Especialistas destacam que essa ação pode ser uma estratégia para pressionar os EUA a negociar, especialmente em áreas sensíveis como propriedade intelectual e exportações de metais.
Embora o presidente Lula tenha afirmado não ter pressa em aplicar a lei, ele enfatizou a necessidade de iniciar o processo. O vice-presidente Geraldo Alckmin também expressou esperança de que essa medida acelere o diálogo com os EUA. No entanto, analistas alertam que a aplicação da lei pode gerar retaliações e complicações nas relações comerciais, levantando preocupações sobre os impactos econômicos para o Brasil e a possibilidade de uso político dessa situação pela oposição.