O governo brasileiro iniciou um processo formal para contestar a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre aproximadamente 35% das exportações brasileiras. Na segunda-feira, 4, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a abertura de uma consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC), com a decisão final sobre a ação cabendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que destacou que a consulta à OMC representa o primeiro passo de um processo que poderá levar à instalação de um painel de arbitragem, caso não haja um acordo inicial. O objetivo é negociar a redução da alíquota ou a exclusão de setores brasileiros da lista de sobretaxação.
Além disso, o governo está em diálogo com os setores afetados e busca alternativas para ampliar mercados, com a Apex Brasil atuando na promoção de novas frentes comerciais, especialmente na União Europeia e no Reino Unido. No entanto, representantes da indústria expressaram frustração com a lentidão das ações, solicitando medidas mais efetivas e urgentes para mitigar os impactos da tarifa, especialmente no setor de pescados.
Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), criticou a falta de soluções concretas e pediu uma linha de crédito de baixo custo para evitar a paralisação da produção. Alckmin, por sua vez, garantiu que um plano de contingência está em fase final e será anunciado em breve, prometendo agilidade nas ações governamentais.
