O governo brasileiro enviou ontem uma resposta ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), solicitando que o governo americano reconsidere a investigação aberta sobre supostas práticas comerciais desleais do Brasil, em meio à recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump. O Brasil argumenta que não há base jurídica ou factual para tais sanções e reafirma seu compromisso com um diálogo construtivo para resolver as preocupações comerciais entre os dois países.
Na carta, o governo brasileiro refuta os tópicos levantados pelo USTR e destaca que suas políticas não são injustificáveis ou discriminatórias. Além disso, cerca de 80 manifestações de associações e empresas dos dois países foram registradas, incluindo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Embraer, que buscam participar da audiência marcada para o dia 3 de setembro. Essas entidades defendem os avanços do Brasil em áreas como anticorrupção e inovação tecnológica, citando o sistema de pagamentos Pix como exemplo.
A investigação representa um risco adicional para as relações bilaterais, podendo resultar em novas restrições comerciais. O Brasil enfatiza que a Seção 301 da Lei de Comércio americana é um instrumento unilateral incompatível com os princípios do sistema multilateral de comércio, reiterando sua posição de que a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve ser o fórum apropriado para a resolução de disputas comerciais. O desdobramento dessa situação poderá impactar significativamente as relações comerciais entre os dois países nos próximos meses.