O Brasil enfrenta uma crise na retenção de cientistas, com a saída de aproximadamente 6,7 mil pesquisadores entre 2015 e 2022, conforme dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Fatores como a estagnação das bolsas de incentivo e cortes em verbas para laboratórios contribuíram para essa evasão. Desde o início do governo Lula, esforços têm sido feitos para repatriar esses talentos, mas as iniciativas ainda não são suficientes para cobrir as perdas anteriores.
Recentemente, o governo anunciou um aumento de 44% nos recursos destinados ao CNPq e à Capes, visando estimular a permanência de jovens cientistas no Brasil. Apesar do primeiro edital publicado em 2024 ter contemplado mais de 600 pesquisadores, especialistas afirmam que os valores das bolsas ainda são baixos e que a burocracia continua sendo um obstáculo significativo. A Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância da liberdade acadêmica no Brasil em meio a tensões geopolíticas.
Embora o ritmo de saída de pesquisadores tenha diminuído, desafios estruturais persistem. A pesquisadora Cristina Caldas enfatiza a necessidade de modernização nos processos de acesso a recursos e maior flexibilidade no uso das verbas. Para especialistas, é essencial não apenas repatriar talentos, mas também criar um ambiente de pesquisa que promova inovação e equidade, garantindo que o Brasil se posicione competitivamente no cenário científico global.