O governo brasileiro está otimista quanto à inclusão do café em uma possível lista de exceções às tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (1º), após a oficialização de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que inclui o café, carnes e pescados, a partir de 6 de agosto.
A expectativa de mudança surge após o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mencionar que "recursos naturais" importados de diversos países poderiam ser isentos das novas tarifas, citando especificamente o café e a manga. Essa isenção beneficiaria também outros produtos brasileiros, como cacau e abacaxi, que não são cultivados nos EUA. Contudo, Lutnick destacou que tais isenções geralmente ocorrem em acordos bilaterais, o que não se concretizou no caso do Brasil.
O café é o principal produto brasileiro exportado para os EUA, representando cerca de 33% do consumo americano. Entre janeiro e maio deste ano, 17% do café exportado pelo Brasil teve como destino o mercado americano, totalizando 3,3 milhões de sacas. Especialistas indicam que, embora parte da produção possa ser redirecionada para outros países, o processo pode ser demorado, o que torna a inclusão do café na lista de exceções uma prioridade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não pretende retaliar os EUA e que as negociações continuam em busca de um entendimento que beneficie ambos os países. Ele ressaltou que a imposição da tarifa não encerra as conversas, mas inicia uma nova fase de diálogo entre as nações.