A Polícia Federal (PF) revelou que Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, descumpriu uma medida cautelar que o impedia de manter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O incidente ocorreu em 9 de fevereiro de 2024, um dia após ambos serem alvos da operação Tempus Veritatis, quando Braga Netto enviou uma mensagem a Bolsonaro informando sobre um novo número para emergências. O ministro Alexandre de Moraes havia determinado a proibição de comunicação entre os investigados, incluindo por meio de advogados.
O relatório final da PF, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (20), afirma que os elementos probatórios confirmam que tanto Jair Bolsonaro quanto Walter Braga Netto desrespeitaram as medidas cautelares impostas pela Corte. A mensagem enviada por Braga Netto, que não utilizava aplicativos de mensagens convencionais, foi interpretada como uma tentativa de manter a comunicação com Bolsonaro, evidenciando um desprezo pelas ordens judiciais.
As implicações desse descumprimento são significativas, pois demonstram não apenas a continuidade da relação entre os investigados, mas também um desdém pelas decisões do STF. O relatório ressalta que essa conduta agrava a situação legal dos réus e pode influenciar o andamento das investigações em curso, aumentando a pressão sobre ambos no contexto político atual.