O Bradesco BBI destacou o Brasil como a principal escolha para investidores em mercados latino-americanos, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (4). Os analistas do banco afirmam que a economia brasileira, menos integrada às dinâmicas globais, apresenta um ciclo de negócios próprio e um duplo desconto em câmbio e avaliação de ações, tornando o país atraente em meio à reprecificação dos ativos globais.
A análise ocorre em um contexto de desaceleração econômica nos Estados Unidos, onde o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ficou abaixo do esperado e o mercado de trabalho começa a mostrar sinais de fraqueza. Apesar disso, o Federal Reserve mantém uma postura flexível, com expectativas de cortes de juros já em setembro, o que pode redistribuir os fluxos globais de capitais.
Os analistas do Bradesco BBI ressaltam que o Brasil se beneficia de um ciclo de queda na taxa Selic e das eleições municipais previstas para o segundo semestre. Eles também destacam a atratividade das ações brasileiras sensíveis à taxa de juros e das estatais, considerando que uma desaceleração da atividade interna pode abrir espaço para cortes adicionais na taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano.
Além do Brasil, o relatório menciona o Chile como uma segunda escolha, devido à recuperação da economia chinesa, enquanto o México é avaliado com recomendação neutra, devido à sua forte ligação econômica com os Estados Unidos. O documento sugere que as oportunidades no México devem ser buscadas em setores de oligopólios locais e empresas ligadas à estratégia de nearshoring.