A British Petroleum (BP) anunciou a descoberta do maior reservatório de petróleo da empresa em 25 anos, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, a 404 km da costa do Rio de Janeiro. O poço, denominado Bumerangue, foi perfurado a uma profundidade de 2.855 metros e apresenta uma coluna de hidrocarbonetos em uma área superior a 300 km², equivalente ao tamanho da cidade de Fortaleza.
Gordon Birrell, vice-presidente executivo de Produção e Operações da BP, destacou que os primeiros resultados de análise indicam a presença de níveis elevados de dióxido de carbono (CO₂), um fator crítico para a viabilidade econômica da exploração. A empresa planeja realizar novas avaliações para entender melhor o potencial do bloco Bumerangue e suas implicações ambientais.
Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras, comentou sobre a descoberta em suas redes sociais, ressaltando que a viabilidade do projeto depende do teor de CO₂ encontrado. Prates mencionou que, enquanto o campo de Libra possui 40% de CO₂ e é viável, o campo de Júpiter, com 80%, permanece inativo. Ele enfatizou a importância de estabilidade regulatória e políticas públicas para transformar o potencial do pré-sal em produção efetiva.
Os reservatórios do pré-sal são responsáveis por 78,8% da produção total de petróleo no Brasil, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A descoberta do poço Bumerangue reafirma a relevância do pré-sal no cenário energético global, mas também levanta questões sobre as tecnologias necessárias para lidar com o CO₂ gerado na exploração.