A Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro em 4 de junho de 2025, um dia antes de seu depoimento em um inquérito que investiga a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos. A PF afirma que essa movimentação financeira foi uma tentativa de ocultar patrimônio e evitar bloqueios judiciais, sendo divulgada no dia 20 de agosto de 2025, quando também foi anunciado o indiciamento de Jair e Eduardo por coação e obstrução da Justiça.
O relatório da PF indica que Bolsonaro omitiu informações em seu depoimento, admitindo apenas o envio de R$ 2 milhões ao filho, enquanto transferências adicionais foram identificadas. Entre janeiro e julho de 2025, o ex-presidente realizou transações que totalizaram R$ 105,9 mil em câmbio e R$ 130,8 mil em saques, parte dos quais foi encontrada em sua residência durante uma busca realizada em julho. A PF também observou que tanto Jair quanto Eduardo adotaram estratégias semelhantes para transferir grandes quantias às suas esposas, sugerindo o uso dessas contas como “contas de passagem” para escamotear recursos.
As implicações do caso são significativas, uma vez que o indiciamento de Bolsonaro e Eduardo está relacionado a tentativas de interferir na Ação Penal 2.668, que investiga ações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PF concluiu que ambos atuaram com apoio de figuras como o jornalista Paulo Figueiredo e o pastor Silas Malafaia para pressionar autoridades e congressistas. O caso agora segue para a Procuradoria Geral da República, que decidirá se apresentará denúncias ou arquivará o processo.