A Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso prévio ao conteúdo da defesa do general Mário Fernandes, um dos réus no processo relacionado a uma suposta trama golpista. O general está preso desde novembro de 2022 e, segundo as investigações, um documento encontrado no celular de Bolsonaro é semelhante ao apresentado por seus advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório da PF indica que o arquivo encontrado no celular do ex-presidente e o protocolado pela defesa do general possuem o mesmo número de páginas e foram criados em momentos próximos. Essa evidência sugere que Bolsonaro teve acesso à defesa de Fernandes, o que contraria as medidas cautelares que proíbem a comunicação entre os réus. Durante seu governo, Fernandes ocupou um cargo na Secretaria-Geral da Presidência e é acusado de elaborar um plano que incluía ações violentas contra autoridades.
As implicações dessa revelação são significativas, pois levantam questões sobre a continuidade de uma estrutura hierárquica entre os investigados, mesmo após as proibições legais. A defesa de Bolsonaro se manifestou, afirmando que foi surpreendida pelo indiciamento e que prestará os esclarecimentos necessários ao STF. O caso continua a ser monitorado de perto, dada sua relevância para a política brasileira.