O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articulou um projeto para modificar o regimento da Câmara dos Deputados, permitindo uma extensão da licença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos. A proposta, que já foi protocolada, ainda aguarda votação e surge em um momento crítico, já que Eduardo enfrenta o risco de perder seu mandato devido à sua ausência. Mensagens trocadas entre Bolsonaro, Eduardo e assessores, recuperadas pela Polícia Federal, expõem as tentativas do ex-presidente de garantir a continuidade do mandato de seu filho por meio de manobras legislativas.
Eduardo Bolsonaro solicitou uma licença não remunerada de quatro meses no final de março, que expirou em julho, sem possibilidade de prorrogação. Com isso, ele voltou a exercer seu mandato, mas está sujeito a punições por faltas. A articulação para a prorrogação da licença foi discutida em diálogos entre Bolsonaro e seus assessores, culminando na elaboração de um projeto que ainda precisa da aprovação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Essa situação levanta preocupações sobre a ética das ações políticas e a influência familiar nas decisões legislativas.
As implicações dessa manobra são significativas, pois podem afetar não apenas o futuro político de Eduardo Bolsonaro, mas também a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e do partido PL. A proposta de alteração no regimento da Câmara pode ser vista como uma tentativa de contornar regras estabelecidas e suscita debates sobre a legitimidade das ações políticas em tempos de crise. O desdobramento desse caso poderá impactar a dinâmica política no Brasil e a relação entre os membros do Legislativo e o Executivo.