Diálogos revelados pela Polícia Federal (PF) mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em mensagens datadas de 27 de junho, Bolsonaro aconselhou o filho a evitar críticas ao ministro Gilmar Mendes, afirmando: “Esqueça qualquer crítica ao Gilmar”. Além disso, o ex-presidente mencionou que os ministros demonstravam preocupação com sanções.
Essas conversas fazem parte do relatório que levou ao indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro por tentativa de obstrução de justiça na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, atualmente em andamento no STF. O inquérito, aberto em maio pelo ministro Alexandre de Moraes, investiga a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, onde ele teria articulado medidas de pressão contra autoridades brasileiras. O relatório conclui que ambos, junto com outros envolvidos, tentaram interferir na Ação Penal 2668, que apura ações para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As ações dos Bolsonaros e seus aliados visam coagir integrantes do Poder Judiciário e do Congresso Nacional, buscando influenciar decisões em benefício próprio. O relatório foi enviado ao ministro Moraes e seguirá para a Procuradoria Geral da República (PGR), onde caberá ao procurador-geral Paulo Gonet decidir sobre possíveis denúncias ou novas diligências. A gravidade das acusações ressalta a tensão entre os ex-presidentes e as instituições democráticas brasileiras.