O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou sua estratégia de confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF) durante as manifestações de domingo (3), resultando em sua prisão domiciliar. A Corte avalia que essa abordagem de 'tudo ou nada' surge em um momento crítico, com a proximidade do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, previsto para setembro. Os ministros acreditam que Bolsonaro busca politizar as ações penais à medida que a pressão sobre ele aumenta.
A reação do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, foi rápida após Bolsonaro enviar um pronunciamento por meio de seu filho Flávio e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante os atos em Copacabana e São Paulo. Moraes, diante da clara desobediência às determinações judiciais, decidiu endurecer as medidas contra o ex-presidente, que deixou a sede do PL em Brasília sob restrições impostas pela Justiça.
Os integrantes da Corte estão cientes de que novas tensões podem surgir até o julgamento, e que os atos dos apoiadores de Bolsonaro visam desviar a atenção do foco principal: a ação penal em que ele é réu. Além disso, há a expectativa de sanções adicionais dos Estados Unidos, que podem afetar até mesmo ministros do STF. A Corte, no entanto, acredita que esses movimentos apenas fortalecerão as provas contra o ex-presidente e seus aliados, levando à abertura de um inquérito da Polícia Federal para investigar tentativas de obstrução de Justiça.