O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de articular um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Este julgamento marca um momento histórico, pois é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é levado ao banco dos réus por tentativa de ruptura democrática, algo que não ocorreu nem mesmo durante a ditadura militar. A acusação inclui conspiração golpista e organização criminosa armada, entre outros crimes.
O contexto é alarmante: Bolsonaro e outros 30 réus foram denunciados por tentativas de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destaca que Bolsonaro teve um papel central no plano para corroer as instituições democráticas. A condenação é considerada certa, mas a discussão entre os ministros deve se concentrar na dosimetria da pena, que pode ultrapassar 40 anos.
As implicações deste julgamento são profundas para a política brasileira. Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde agosto, se torna o quarto ex-presidente preso desde a redemocratização. O desfecho deste caso poderá influenciar a percepção pública sobre a justiça e a democracia no Brasil, além de impactar futuros desdobramentos políticos e legais envolvendo figuras proeminentes da política nacional.