A Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por crimes relacionados à tentativa de obstrução de Justiça. O relatório de 170 páginas da investigação, que apura uma trama golpista sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), menciona repasses de R$ 2 milhões destinados a financiar a permanência de Eduardo nos Estados Unidos, com o intuito de articular apoio político contra decisões judiciais brasileiras.
Os investigadores apontam que Jair Bolsonaro teria utilizado recursos provenientes de doações por Pix para financiar atividades ilícitas, enquanto aliados próximos, como o pastor Silas Malafaia, são citados como colaboradores na definição de estratégias para coagir magistrados. O relatório destaca um conjunto orquestrado de ações para constranger autoridades do Judiciário e do Legislativo, visando obter vantagens indevidas e subjugar chefes de poderes.
Com o indiciamento, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se apresentará uma denúncia formal. Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto, após descumprir medidas cautelares, enquanto Eduardo reside nos Estados Unidos desde março. Uma pesquisa recente indica que 69% dos brasileiros acreditam que Eduardo atua em defesa de interesses próprios e familiares, refletindo a percepção pública sobre suas ações políticas.