O ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar nesta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após reiteradas violações de medidas cautelares impostas desde julho. A decisão foi motivada pela tentativa de Bolsonaro de se comunicar indiretamente por meio de terceiros nas redes sociais, desobedecendo à proibição judicial de fazer declarações públicas com repercussão digital.
Moraes destacou que Bolsonaro adotou uma "estratégia dolosa e deliberada" para contornar as ordens do STF, utilizando aliados e familiares para veicular suas mensagens. As medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de contato com outros investigados, foram inicialmente impostas em julho e referendadas pela Primeira Turma do STF em sessão extraordinária.
Além da prisão domiciliar, as restrições incluem a proibição de aproximação de embaixadas e consulados estrangeiros, bem como a proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros réus envolvidos em investigações relacionadas a crimes como coação e obstrução de justiça. O ex-presidente não poderá utilizar redes sociais, direta ou indiretamente, sob pena de revogação da medida e possível prisão.