A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta a alegações de descumprimento de medidas cautelares e risco de fuga, conforme apontado pelo ministro Alexandre de Moraes e pela Polícia Federal. O prazo para essa manifestação foi estabelecido em 48 horas após o despacho do magistrado, que ocorreu na quarta-feira, 20 de agosto. A defesa argumenta que um rascunho de pedido de asilo na Argentina, datado de fevereiro de 2024, não configura planejamento de fuga, destacando que Bolsonaro cumpriu todas as ordens da corte, incluindo a proibição de viajar ao exterior.
No documento, os advogados enfatizam que o ex-presidente não fugiu e compareceu a todas as audiências, respeitando as decisões do STF. No entanto, o despacho de Moraes menciona indícios de tentativa de fuga e atividades nas redes sociais que poderiam violar as restrições impostas. A Polícia Federal identificou que Bolsonaro e seus aliados disseminaram vídeos e mensagens com o intuito de mobilizar apoio público contra sanções da Lei Magnitsky e pressionar autoridades do STF, levantando preocupações sobre a integridade das instituições democráticas.
O relatório final da investigação da Polícia Federal sugere que Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, atuaram para interferir no processo judicial que apura tentativas de golpe após as eleições de 2022. O inquérito, aberto em maio por determinação de Moraes, revela uma estratégia coordenada para coagir integrantes do Judiciário e do Legislativo, visando influenciar decisões em benefício próprio. A situação continua a evoluir à medida que a Procuradoria Geral da República se prepara para se manifestar sobre as alegações apresentadas pela defesa.