Em áudios obtidos pela Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro condiciona a negociação de tarifas com os Estados Unidos à aprovação da anistia. Durante conversas com o pastor Silas Malafaia, registradas entre junho e agosto de 2025, Bolsonaro afirmou que “se não começar votando anistia, não tem negociação de tarifa”. O conteúdo foi divulgado em 20 de agosto de 2025, quando a PF indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, por coação na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Os diálogos revelam que Bolsonaro estava em contato com “pessoas mais acertadas” sobre as tarifas, mas enfatizou que sem a anistia, esforços de governadores para sensibilizar autoridades americanas seriam inúteis. Ele sugeriu que a resolução da anistia seria a chave para encerrar as pendências entre Brasil e Estados Unidos. O relatório da PF também destaca a atuação de Malafaia como conselheiro, criticando Eduardo Bolsonaro por sua abordagem nas negociações.
A investigação da PF aponta que as conversas tinham como objetivo coagir autoridades brasileiras para obter anistia e encerrar sanções tarifárias impostas pelos EUA. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou medidas contra Malafaia, incluindo busca e apreensão de seu celular e proibição de saída do país. O caso continua sob análise da Procuradoria-Geral da República, podendo impactar as relações bilaterais.