O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estuda a possibilidade de comparecer presencialmente ao julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), agendado para iniciar em 2 de setembro e terminar até 12 do mesmo mês. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a decisão divide aliados e é avaliada sob três aspectos principais: cálculo político, estratégia de defesa e condições de saúde. Bolsonaro expressou o desejo de estar presente em momentos-chave do julgamento, especialmente no início e no fim das sessões, para enfrentar os ministros que considera adversários e enviar uma mensagem de força aos seus apoiadores.
A estratégia de Bolsonaro remete à postura adotada por Donald Trump durante audiências nos Estados Unidos. O processo no STF pode resultar em uma condenação superior a 40 anos de prisão, devido à acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado. Apesar do risco, sua equipe política acredita que sua presença em plenário poderia evitar a imagem de fragilidade e reforçar a narrativa de que não está acuado pelo Supremo. Entretanto, como está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, ele precisará da autorização do relator, ministro Alexandre de Moraes, para comparecer.
Além das questões políticas, a saúde de Bolsonaro é uma preocupação crescente entre seus aliados. Ele enfrenta problemas recorrentes como hipertensão arterial e refluxo, que podem ser exacerbados pelas longas sessões no STF. Nos bastidores, a tensão aumenta, com Bolsonaro se sentindo injustiçado pelas restrições impostas pelo tribunal. Recentemente, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo por suspeita de obstrução de Justiça relacionada à trama golpista, revelando ainda divergências internas em seu grupo político.