A Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve acesso a documentos da defesa do general Mário Fernandes, que está preso por sua participação no plano golpista conhecido como Punhal Verde Amarelo. Os arquivos, encontrados no celular de Bolsonaro, foram enviados via WhatsApp e incluem um documento idêntico ao protocolado pela defesa de Fernandes no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa descoberta indica que a organização criminosa, da qual Bolsonaro é considerado chefe, continuou atuando durante o processo penal.
O relatório da PF, divulgado nesta quarta-feira (20), aponta que subordinados de Bolsonaro mantinham contato com ele, reforçando os indícios de sua centralidade na articulação golpista. Além disso, a PF indiciou Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), por coação no curso do processo sobre a tentativa de golpe. Na mesma operação, agentes cumpriram mandado de busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, suspeito de pressionar ministros do STF para suspender a ação penal contra o ex-presidente.
As mensagens e áudios recuperados dos celulares de Bolsonaro mostram um esforço orquestrado para coagir membros do Judiciário e do Legislativo, evidenciando uma tentativa de subordinar os chefes de Poder aos interesses da organização criminosa. A investigação confirma que o ex-presidente desrespeitava intencionalmente as medidas cautelares impostas pelo STF, o que pode ter sérias implicações legais para ele e seus aliados.