Na noite de terça-feira (6) e madrugada de quarta-feira, deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam a Câmara dos Deputados em uma tentativa de obstruir a votação da Medida Provisória 1.294, que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos. A ação, considerada alarmante, foi vista como uma manobra para transformar o Parlamento em um palanque político em favor de Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, alertou que a obstrução da votação poderia prejudicar milhões de brasileiros, mas os deputados bolsonaristas parecem priorizar a defesa de sua narrativa política em detrimento dos interesses da população. O clima de tensão foi intensificado por um episódio de agressão ao jornalista Guga Noblat, que foi atacado pelo deputado Paulo Bilynskyj durante questionamentos sobre a obstrução parlamentar e a relação com o governo dos EUA.
Além disso, a exibição de uma faixa em apoio a Donald Trump na Câmara, em um momento em que o governo americano impôs tarifas sobre produtos brasileiros, levantou questionamentos sobre o patriotismo desses parlamentares. A situação é vista como uma ameaça à estabilidade institucional do país, com figuras como o senador Wilder Morais, que antes apoiou a indicação de Alexandre de Moraes ao STF, agora pedindo seu impeachment, evidenciando um oportunismo político preocupante.
A democracia brasileira, que já enfrentou e superou tentativas de golpe, agora se vê diante de um cenário de sabotagens e agressões que podem comprometer sua continuidade. A sociedade civil e as instituições precisam se unir para garantir a defesa da democracia e do Estado de Direito.